A Polygon (MATIC), anunciou uma atualização importante: a introdução da Polygon 2.0.
Esta atualização está atraindo muita atenção no mercado de criptomoedas. Mas o que isso significa para investidores e entusiastas?
Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que a Polygon 2.0 traz de novo e como isso pode impactar o mercado.
O Anúncio da Polygon 2.0
No dia 13 de julho de 2023, a equipe da Polygon surpreendeu o mundo das criptomoedas com um anúncio.
Eles lançaram um novo white paper de 25 páginas, detalhando as mudanças e atualizações que estão trazendo para a plataforma.
A principal mudança? O token Matic agora é conhecido como POL.
Agora, você pode estar se perguntando: “Por que a mudança de nome? O que isso significa para a Polygon e para mim como investidor?”
Bem, é exatamente isso que vamos explorar neste artigo.
Entendendo a Mudança de Nome do Matic
A mudança de nome do token de Matic para POL é mais do que apenas branding. É uma representação da evolução da plataforma e da sua visão para o futuro.
Para entender isso, precisamos dar uma olhada mais de perto no que a Polygon está tentando alcançar.
A Polygon é uma plataforma de blockchain que visa trazer escalabilidade e interoperabilidade para a Ethereum.
Com a atualização para a Polygon 2.0, a plataforma está se preparando para dar um passo adiante em sua missão.
A mudança de nome do token é uma parte crucial dessa atualização, simbolizando a nova fase da plataforma.
O token POL agora representa todo o ecossistema de chains da Polygon.
Ao realizar staking de POL, o validador torna-se elegível para validar qualquer camada do ecossistema e receber taxas de todas elas.
Importante ressaltar que, inicialmente, não serão criados novos tokens, a conversão será 1:1.
O Impacto da Polygon 2.0
Agora, vamos ao que realmente interessa: o impacto da Polygon 2.0. Como essa atualização afetará a plataforma e, mais importante, seus investimentos?
A resposta curta é: de maneiras significativas.
A atualização para a Polygon 2.0 traz uma série de melhorias e novos recursos para a plataforma.
Isso deve incluir maior escalabilidade, melhor interoperabilidade e uma arquitetura mais robusta.
Essas melhorias não apenas tornam a plataforma mais eficiente, mas também a tornam mais atraente para desenvolvedores e investidores.
Com a Polygon 2.0, foram propostas duas mudanças importantes na política monetária do token:
- Emissão anual de 1% para recompensas para validadores;
- Emissão anual de 1% para “suporte ao ecossistema” – recompensas e airdrops.
A Nova Política Monetária
A política monetária reformulada da Polygon é um tópico de grande relevância. Atualmente, a Polygon emite MATIC para remunerar os validadores, uma vez que a rede não consegue se manter por si só.
No entanto, esse capital é limitado.
A decisão de adotar uma inflação contínua para “manter” a rede, teoricamente, cria um modelo mais sustentável a longo prazo.
Contudo, ainda é necessário calcular como 1% de inflação impactará a recompensa dos validadores.
Quanto à inflação de 1% para incentivos, é mais uma estratégia para financiar a rede de maneira sustentável a longo prazo, solucionando o atual problema de escassez de capital na tesouraria, embora isso ocorra à custa dos atuais detentores de tokens.
É a solução ideal? Não necessariamente.
No entanto, a equipe deixou claro no white paper do tokenomics que o desenvolvimento de suas soluções leva tempo considerável.
Portanto, não basta apenas anunciar um airdrop e considerar a questão resolvida – é necessário um modelo de incentivos de longo prazo.
Para Que Vai Servir o Token POL?
Segundo whitepaper, o POL possui as seguintes finalidades:
- Segurança do ecossistema: o token POL vai reger todo o Staking que assegura as redes do guarda-chuva da Polygon. A segurança da rede e a sustentabilidade das receitas dos validadores virá da inflação de 1% ao ano do token POL.
- Alta escalabilidade: a ideia é que o POL suporte o crescimento do ecossistema Polygon e eventual adoção mainstream sem sacrificar a segurança da rede.
- Sem atrito: aumentar os casos de uso das blockchains que se integrem à Polygon Supernets sem que elas precisem de um token que garanta a segurança da rede – o POL poderá cumprir este papel, de forma a reduzir a fricção entre blockchains.
- Apoio ao ecossistema: o ecossistema Polygon e a indústria em geral ainda estão em fases iniciais e exigirão suporte contínuo nos próximos anos. O POL pode oferecer um mecanismo sustentável e dentro do protocolo para essas atividades, com a inflação anual de 1% destinada ao ecossistema.
- Posse da comunidade: a Polygon está dando um passo a mais em direção à descentralização, fazendo com que a comunidade tenha papel em destinar os recursos da tesouraria do projeto.
Tenho MATIC. O que eu preciso fazer?
Depende. Você possui MATIC em uma carteira própria, fazendo auto-custódia?
Se sim, a migração exige uma ação simples: troca de MATIC para POL, usando o contrato inteligente de troca que deveria ser criado para esse fim.
O contrato de troca deve aceitar MATIC de qualquer endereço e devolver a quantidade equivalente de POL para o mesmo endereço.
Você possui MATIC em uma corretora?
Então, é mais simples ainda: a migração deve ser automática, ou seja, não exige nenhuma ação.
Entretanto, é prudente confirmar com cada corretora, caso tenha alguma divergência de informações.
Segundo whitepaper, todo detentor de MATIC deve poder trocar seus tokens por POL, incluindo aqueles que têm MATIC “bloqueado” por vários anos em protocolos DeFi ou contratos de aquisição.
Até mesmo os detentores desinformados que descobrirem sobre POL só em algum momento no futuro deverão ter a oportunidade de fazer a troca: a migração deve ser permitida durante um período de tempo prolongado (seja por 4 anos ou até indefinidamente).
Qual o Futuro da Polygon?
Na nossa visão, a mudança poderia ser pior, mas poderia ser melhor. Explico.
Utilizar o token para conectar todo o “ecossistema de segundas camadas” da Polygon 2.0 já era previsto – embora tenha ficado mais claro o modelo: o validador se conectará à camada base e poderá selecionar qual blockchain ele quer validar no ecossistema da Polygon.
Dos cenários de utilidade para o token, esse é próximo do ideal.
Agora, sobre política monetária… um ponto de cada vez.
Hoje, a Polygon já realiza emissão de MATIC para pagar os validadores, pois a rede não se sustenta sozinha. Porém, essa quantidade de capital é finita.
Ao optar por uma inflação perpétua para “sustentar” a rede, em tese torna-se um modelo mais sustentável no longo prazo.
Sobre a inflação de 1% para incentivos, é mais uma forma de financiar a rede de forma sustentável no longo prazo, resolvendo o problema atual de pouco capital disponível na tesouraria, às custas dos token holders atuais.
É o ideal? Não é.
O modelo de inflação contínua, apesar dos maus olhos da comunidade cripto no geral, é importante para que as redes sejam economicamente sustentáveis hoje em dia, considerando que apenas as taxas pagas por transações não pagam os custos dos validadores.
Sendo assim, considerando que a Polygon estava no limiar de um possível problema de sustentabilidade da rede – já que estava próximo de alcançar os 10 bilhões de tokens emitidos, possibilitados pelo MATIC – consideramos que essa alteração do tokenomics faz bastante sentido.
Porém, o time deixou claro no whitepaper que a maturação das suas soluções é algo que leva muito tempo, então não adianta anunciar um airdrop para movimentar a rede e “acabou” – é preciso de um modelo de incentivos de longo prazo.
A Polygon 2.0 é Boa ou Ruim?
Sobre o anúncio, a conclusão final é que poderia ter sido melhor.
Poderia ter sido anunciado de cara um modelo de incentivos com o que eles têm hoje, ou deixar mais claro um modelo de como eles planejam enfrentar a concorrência nos próximos meses.
Ao mesmo tempo que o time endereçou aspectos que ainda tínhamos muitas dúvidas, também nos deixou algumas dúvidas a mais a serem respondidas, quanto à infraestrutura do ecossistema da Polygon.
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