Pontes Blockchain (Bridges): O que São e Como Funcionam

ponte blockchain
Criptomoedas

Se você está envolvido de alguma forma com blockchain, certamente já ouviu falar sobre “bridges” ou “pontes blockchain”.

Mas, o que são essas pontes e como elas realmente funcionam?

Vamos decifrar juntos!

O que são Pontes Blockchain?

As pontes blockchain, ou “blockchain bridges” em inglês, são protocolos que permitem a comunicação e a interação entre diferentes redes.

Isso pode parecer simples, mas é uma inovação crucial no mundo das criptomoedas.

Imagine que cada blockchain seja uma ilha independente, cada uma com seu próprio ecossistema e recursos.

As pontes são, então, como balsas que permitem que informações e ativos sejam transferidos de uma ilha para outra de forma segura e eficiente.

Por que elas são Importantes?

Antes das pontes blockchain, cada rede funcionava em seu próprio “ecossistema fechado”, o que limitava enormemente o potencial de interação entre eles.

As pontes desbloquearam novas possibilidades, permitindo transações entre diferentes blockchains, dando mais liberdade e flexibilidade aos usuários.

Além disso, as pontes ajudam a combater a fragmentação do ecossistema blockchain, unindo diferentes redes sob um único guarda-chuva operacional.

Como as Pontes Blockchain Funcionam?

As pontes funcionam através de um processo chamado “locking” e “minting”.

Parece complicado? Não se preocupe, é mais simples do que parece. Vamos utilizar um exemplo prático para facilitar o entendimento.

Para que você possa compreender ainda melhor o que são pontes blockchain, vamos analisar um exemplo prático e muito conhecido: a ponte entre a rede Ethereum e a BNB Chain (anteriormente Binance Smart Chain).

Esta ponte permite que tokens ERC20 (tokens construídos na rede Ethereum) sejam transferidos para a Binance Chain e vice-versa, sendo utilizados os tokens BEP20 na Binance Chain.

O Funcinamento de uma Bridge

Vamos imaginar que você tem USDT (Tether) na rede Ethereum e gostaria de participar de uma plataforma de finanças descentralizadas (DeFi) na Binance Chain. Para isso, você irá utilizar a ponte blockchain. O processo funciona da seguinte maneira:

  1. Locking: Primeiro, seus USDT são bloqueados na rede Ethereum.
  2. Minting: Uma vez que seus USDT estão trancados com segurança, a ponte então cria uma quantidade equivalente de um token na Binance Chain que representa o USDT. Este token é chamado de “Binance-Peg Tether USDT”.
  3. Utilização na Binance Chain: Agora que você possui Binance-Peg USDT, você pode usá-los em qualquer aplicação na Binance Chain exatamente como usaria qualquer outro token baseado nessa rede. Por exemplo, você pode investir seu Binance-Peg USDT em uma plataforma DeFi para obter rendimentos.
  4. Burning and Releasing: Quando você decide que é hora de converter seus Binance-Peg USDT de volta para USDT, o processo é revertido. Seus Binance-Peg USDT são destruídos (“burned”) na Binance Chain, e a mesma quantidade de USDT originais é desbloqueada e retornada para você na rede Ethereum.

Este exemplo ajuda a ilustrar como as pontes blockchain permitem a transferência de valor entre diferentes redes. Contudo, é importante destacar que, neste caso, o Binance-Peg USDT é um token sintético que representa o USDT na Binance Chain, mas não é o USDT original.

Isso significa que, embora o Binance-Peg USDT tenha o mesmo valor do USDT e possa ser usado como se fosse USDT dentro da Binance Chain, ele não é, de fato, USDT. Ele é apenas um token que representa o USDT e que pode ser trocado por USDT real graças ao trabalho da ponte blockchain.

Quais são os Tipos?

Existem dois tipos principais de pontes blockchain: as pontes federadas e as pontes de trustless.

  1. Pontes Federadas: Este tipo de ponte é controlado por um grupo de operadores. Esses operadores podem bloquear, desbloquear, criar e destruir tokens conforme necessário para facilitar a transferência entre blockchains. Um exemplo famoso de uma ponte federada é a WBTC (Bitcoin Enrolado), que permite a transferência de Bitcoin para a rede Ethereum.
  2. Pontes Trustless: Ao contrário das pontes federadas, as pontes trustless não requerem operadores. Em vez disso, elas utilizam contratos inteligentes para realizar a transferência de ativos entre blockchains. Um exemplo de ponte trustless é a ThorChain, que permite a transferência de vários ativos entre uma variedade de blockchains.

Quais são os Desafios das Pontes Blockchain?

Embora as pontes blockchain ofereçam muitas oportunidades, elas também enfrentam desafios significativos.

  1. Segurança: Como a transferência de ativos envolve a travagem e a criação de tokens, a segurança é um desafio enorme. Se uma ponte for comprometida, isso pode levar à perda de ativos.
  2. Complexidade: Cada blockchain tem seu próprio conjunto de regras e protocolos. Isso torna a criação de pontes que funcionam entre diferentes blockchains um processo altamente complexo.
  3. Adoção: Para que as pontes blockchain sejam amplamente utilizadas, elas precisam ser adotadas tanto por desenvolvedores quanto por usuários finais. Isso requer educação e compreensão de como as pontes funcionam e quais são seus benefícios.

Então, o que o futuro reserva para as pontes blockchain? À medida que mais e mais blockchains são criados, a necessidade de pontes só vai aumentar.

Sem dúvidas a interoperabilidade será um dos principais fatores que impulsionarão o crescimento do blockchain nos próximos anos.

Nesse sentido, soluções inovadoras além das pontes já estão sendo desenvolvidas para lidar com este desafio, como as oferecidas por Cosmos e Polkadot.

Ambas são redes blockchain que visam melhorar a interoperabilidade entre diferentes blockchains.

Cosmos e Polkadot Como Alternativa as Pontes

A Cosmos, por exemplo, é um ecossistema de blockchains independentes chamados de zonas, que são todas interconectadas por um hub central.

Este hub permite que tokens e outros dados sejam transferidos de uma zona para outra. Com isso, o Cosmos oferece uma infraestrutura que facilita a comunicação entre diferentes blockchains, funcionando como uma espécie de “Internet de Blockchains”.

Já o Polkadot adota uma abordagem um pouco diferente. Ela também permite que diferentes blockchains se comuniquem entre si, mas faz isso através de uma rede de relés que conectam os chamados “parachains” (cadeias paralelas).

Cada parachain no Polkadot pode ter sua própria forma de tokens, regras de governança e funcionalidades, permitindo assim uma grande diversidade e flexibilidade.

Esses são apenas dois exemplos de como a interoperabilidade está sendo endereçada. Isso poderia levar a um futuro onde a transferência de ativos entre blockchains seja tão fácil quanto enviar um e-mail hoje.

Seja qual for o futuro das pontes, é claro que a capacidade de comunicar e transferir valor entre diferentes blockchains será uma parte cada vez mais importante do ecossistema.

Portanto, a compreensão e o acompanhamento dessas tendências pode ser crucial para qualquer pessoa interessada em criptomoedas ou tecnologia blockchain.

E você, está pronto para explorar as possibilidades que as pontes têm a oferecer?