Um brilhante analista de tecnologia, Chris Dixon, escreveu, há algum tempo, um texto muito bom sobre sua visão a respeito de inovação tecnológica
Vim compartilhar esses pensamentos com você.
O nascimento da inovação tecnológica
Nos anos 2000, a internet era algo que as pessoas utilizavam apenas intermitentemente, para checar os e-mails, planejar viagem ou fazer alguma pesquisa.
O tempo de uso médio de um usuário de internet era de cerca de 30 minutos por dia – um tempo bem baixo, comparado com as 7 horas por dia de atualmente.
Em 2001, o preço das ações da Amazon bateram sua baixa histórica, com uma capitalização de mercado de US$ 2,2 bilhões, aproximadamente 1/500 do que vale hoje.
Uma pesquisa publicada em 2003 questionava americanos se eles adotariam banda larga e a maioria respondeu que não.
Por quê?
O consenso, na época, era que a internet era uma invenção legal, mas possuía casos de uso limitados e provavelmente não era um ambiente promissor para se construir um negócio.
Trabalho vs. Brinquedo
Uma curiosidade da época era o contraste entre o que os fundadores e os desenvolvedores comentavam durante jantares e finais de semana, contra o que a massa levava a sério durante a semana.
A massa ia trabalhar e discutir assuntos “sérios”, mas no tempo livre discutia as novidades da internet.
Em geral, a visão era: internet é brinquedo, não é trabalho.
Parece familiar?
Pois é, essa visão lembra muito a realidade atual do mercado de cripto.
Enquanto desenvolvedores e empreendedores estão desbravando o mercado, trabalhando no desenvolvimento de infraestruturas primordiais, estruturando empresas, a maior parte das pessoas está lá só para brincadeira.
A maior parte do público cripto trata o mercado como hobby, especulação de moedinha.
Porém, no final do dia, a internet como brinquedos era interessante demais, e atraía cada vez mais adeptos, interessados e apaixonados.
Jogo de Gente Grande
A partir de 2005, o jogo começou a mudar. Começando por duas aquisições, Flickr e Delicious, pelo Yahoo.
Foi o momento em que “web 2” começou a migrar de uma cultura nichada para uma tecnologia de ampla adoção.
As bases do ambiente competitivo mudaram de “ideias criativas” para “execução disciplinada”.
Foi o momento em que os empreendedores tiveram que decidir se queriam ser uma banda ideológica que toca em um bar indie ou se seriam pragmáticos, fariam sacrifícios e, futuramente, tocariam suas músicas em estádios.
O brinquedo virou jogo de gente grande.
Ciclos de Inovação Tecnológica
Em 2008, a crise financeira foi difícil para muita gente. Porém, pela perspectiva de uma startup, foi uma era dourada.
O período 2008-2011 foi a convergência de três tendências fortes:
- Social media,
- Computação em nuvem, e
- Smartphones.
Muita inovação tecnológica veio daí.
Embora o ciclo financeiro apontasse para incerteza, o ciclo tecnológico é muito mais certo.
Ciclos tecnológicos seguem sua própria lógica interna e tendem a ser mais previsíveis que ciclos financeiros.
Eles começam com a fase da incubação, quando os entusiastas exploram ideias nos jantares e fins de semana e acabam construindo produtos que apenas outros entusiastas irão consumir.
A fase de crescimento chega quando encontra-se o mix de tecnologia, talento e comunidade, permitindo que esses produtos atinjam o mainstream.
O gráfico abaixo mostra estes ciclos, e o crescimento do mercado:
E esse cenário é muito parecido com o que víamos em 2008. Incerteza de preço no curto prazo, inovação tecnológica no longo prazo.
Em cripto, todos os fundamentos apontam para isso.
E daqui para frente?
Foco no produto, foco na tecnologia, foco no que importa. Estamos vivendo uma revolução.
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